
Largo_de_Nazareth, Belém, Pará
Joseph Léon Righini ( Itália – Brasil, 1820 -1884)
gravura
Mangueira de Belém
Raul Braga
Filha de terra estranha bem distante,
Transplantada a terras brasileiras,
Aqui enfeitas, verde e galante
Na beleza de todas as mangueiras.
Dás folha e sombra e flor alvissareiras
De uma quadra de vida confortante,
És pouso e lar das aves cantadeiras,
pela tardinha em último descante.
Mas, a maldade humana, sem limite,
Ao lenhador vai dando em apetites
Uma insânia de morte carniceira,
Até quando não mais existe um ninho
E, derradeiro, partir o passarinho,
Quando abatida a última mangueira.
Em: A lira na minha terra: poetas antigos e contemporâneos no Pará, Clóvis Meira, Belém: 1993, p. 333
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