Vinhedos de Auvers, 1890
Vincent van Gogh (Holanda, 1853-1890)
óleo sobre tela
Saint Louis Art Museum
De quando em quando um livro atravessa o meu mundo que suscita a pergunta: o que foi que uma editora brasileira viu nessa obra, que valeria o investimento na compra dos direitos autorais, no pagamento de um tradutor, no investimento de imprimir e distribuir uma obra, com a confiança, até certo ponto, de que tal investimento iria trazer o lucro mínimo que a companhia precisa ter para continuar sua vida editorial.
Essa pergunta voltou a me perseguir na leitura de Desvendando Margaux, dos autores Jean-Pierre Alaux e Noël Balen. Estava a procura de uma leiturinha fácil, de um livrinho de mistério, detetive, qualquer coisa, para passar uma tarde de folga e esquecer o cotidiano quente do verão carioca. Peguei esse livro que é o segundo de uma série policial da dupla, passado nos vinhedos franceses. Um dos autores é especialista em vinhos e seu parceiro é jornalista.
É um dos livros policiais mais insossos que já li. Não há tensão. Não há um mistério que agarre a atenção. Os personagens são comuns, o drama sofrível, o mistério quase inexistente. Há sim algumas noções de gerenciamento de vinhedos e o panorama por trás da produção de vinhos. Mas falta aquela trama que não deixa dormir. Essa obra não dá ao leitor o frenesi de ter que chegar ao final, nem é cheia do charme de uma Miss Marple que resolve as intrigas da cadeira de balanço de sua casa na aldeia.
Jean-Pierre Alaux e Noël Balen
Depois da leitura, enquanto me deliciava com um bom Simenon, procurei mais informações sobre outros livros da dupla. E realmente há muitos. Os autores são populares e até traduzidos para o inglês. É possível que eu tenha tido a falta de sorte de pegar uma de suas obras mais fracas. Mas para isso confia-se no selo da editora.
NOTA: este blog não está associado a qualquer editora ou livraria, não recebe livros nem qualquer incentivo para a promoção de livros.