“O campo” poesia de Luiz Roberto Nascimento Silva

2 08 2022

A mulher grega (Caliope)

Anna-Maria Oeser (Alemanha, contemporânea)

óleo sobre tela, 70 x 50 cm

 

O campo

Luiz Roberto Nascimento Silva

 

Manhãs claras

Janelas abertas

Alpendre.

Amanhecer em maio.

Cavalo baio.

 

Em: A flauta vertebral, Luiz Roberto Nascimento Silva, Rio de Janeiro, Rocco: 1999, p. 61





“Não quero mais as noites frias” poesia de Luiz Roberto Nascimento Silva

15 03 2021

Amanhecer em Cunha, MG

Alexandre Raider (Brasil, 1973)

óleo sobre tela

 

 

Não quero mais as noites frias

 

Luiz Roberto Nascimento Silva

 

 

Não quero mais as noites frias de julho

mas antes as manhãs claras de abril

quando o céu é azul e a luz profunda

e borbulha alegria nas ruas

 

 

Não quero mais as noites frias de julho

mas antes as manhãs claras de abril

quando não há pressa nos gestos

nem inquietação nas almas

 

 

Não quero mais as noites frias de julho

mas antes as manhãs claras de abril

quando tudo converge para a vida

e a morte parece que nunca existiu,

e que se existiu foi apenas

por um instante

para gerar a vida

novamente.

 

Em: A flauta vertebral, Luiz Roberto Nascimento Silva, Rio de Janeiro, Rocco:1999, p. 45