Lembrando Neruda para nossos tempos

9 04 2020

 

 

Françoise Gilot (França, 1921) The red vest, 1955O colete vermelho, 1955

Françoise Gilot (França, 1921)

 

De tudo isso, amigos, surge uma lição que o poeta deve aprender dos outros homens. Não há solidão inexpugnável. To­dos os caminhos levam ao mesmo ponto: a comunicação daquilo que somos. E é preciso atravessar a solidão e a aspereza, a incomunicação e o silêncio para chegar ao recinto mágico no qual podemos dançar torpemente ou cantar com melancolia: mas nesta dança ou nesta canção estão consumados os mais antigos ritos da consciência, da consciência de ser homens e de crer num destino comum.

 

Em: Discurso de Pablo Neruda ao ganhar o Prêmio Nobel de Literatura, 1971