Samba, 1928
Emiliano Di Cavalcanti (Brasil,1897-1976)
óleo sobre tela, 64 x 49 cm
Coleção Fadel
O samba
Batista Cepelos
Na noite em que algum santo se festeja,
Junto à fogueira, o samba principia,
Logo o pandeiro elástico estrondeja,
Ronca e muge o tambor, numa porfia.
Que extravagante, singular peleja:
Este, rapidamente rodopia;
Aquele, desconjunta-se e rasteja,
Numa parafusante cortesia.
E, em lânguido meneio, as raparigas,
Agitando os vestidos encarnados,
Cantarolam estrídulas cantigas.
E, no ardor da frenética loucura,
Os pares, em pinotes compassados,
Veia juntando cintura com cintura.