Livraria, ilustração de John Walsom (Inglaterra, 1956)
Neste mês de março fechou a última livraria de livros novos em Copacabana, pelo que conheço. Copabooks tinha muitos livros adotados pelos professores e estudantes da universidade Estácio de Sá. que ficava próxima, mas também oferecia boa seleção de livros cobrindo outros nichos não acadêmicos.
Quando a conheci ficava na Avenida Nossa Sra de Copacabana, esquina com a rua Francisco Sá. Neste endereço permaneceu por muitos anos. Não sei quantos precisamente, mas eu os conheci por pelos uns quinze anos neste local. Há uns poucos anos, talvez logo após a pandemia, havia passado para um endereço próximo, quase na esquina da rua Rainha Elizabeth da Bélgica com Raul Pompeia. Este local era charmoso, porque estava no térreo de um edifício do período glorioso do Posto Seis em Copacabana, provavelmente anos 40 do século passado. Pelo lado de fora tinha aquele aspecto das livrarias europeias, com uma pequena porta, como se entrássemos numa casa particular. Mas não conseguiu sobreviver. Agora em Copacabana. só há duas livrarias, as duas de livros usados. Uma na Rua Francisco Sá, outra nos shopping da Rua Siqueira Campos.
O bairro de Copacabana tem por volta de 180.000 residentes e durante o dia outros 80.000 chegam via transporte público para trabalhar ali. É um bairro do Rio de Janeiro com média de renda bem acima da média nacional, e com nível educacional alto em relação ao resto do país. No entanto, agora, para comprar livros recentemente lançados o residente do bairro precisa ir à Ipanema, ou Botafogo, bairros adjacentes.
Esse fenômeno de pequenas livrarias fecharem aconteceu nos Estados Unidos também com a chegada das compras on-line. Mas há uns anos, as pequenas livrarias estão voltando para o prazer dos leitores que gostam de ter um relacionamento com os livreiros. Vamos cruzar os dedos para que o mesmo aconteça por aqui.