Leitora de livraria
David Hatfield (EUA, 1940)
Caratatena
Raul Bopp
Na praça. De tarde. Há batuque; Tambores.
Domingo de festa de São Benedito,
O sol se mistura com um sorriso na alegria de Caratatena,
Toda engravatada de bandeirolinhas.
E os negros chegam na “chegança”. O carimbó toca apressado
É domingo de festa de São Benedito.
Na boca do mato, de pouco em pouco, espouca um foguete.
Vem chegando a procissão, com o santo no andor, enfeitado de fita
E, num passo grave desfilam as velhas de olhos lúgubres, conversando com Deus:
“não deixem cair em tentação. Amém”.
As contas do meu rosário
São balas de artilheria
Se Deus não viesse ao mundo, meu Jesus,
Tristes de nós, que seria!
Na velha capela da praça bate o sino:
“Quem dá, dá; quem não dá, não tem nada que dá.”
Em: Poemas para a Infância: antologia escolar, editado por Henriqueta Lisboa, s/d, São Paulo: Edições de Ouro, p. 40-41.






[…] Caratatena, poesia de Raul Bopp […]
Que poesia linda! Me inspirou camponeses, benzedeiras e uma cidade em “farra” por Joana D’Arc.
É uma ótima poesia dele, mesmo!
Eu gostei muito do seu BLOG . A Arte em geral me fascina . Espero que algum dia visite meu Blog . Até lá!