“Quem lê livros de biblioteca pública toma gosto por encadernações gastas e páginas com orelhas, o que dá aos volumes uma natureza meio humana. As campanhas de proteção dos livros de empréstimo nunca me seduziram, porque acho natural que a cada leitura o volume sofra um desgaste e que chegue a um ponto tal de esfacelamento que mereça a aposentadoria. Lendo estes exemplares já completamente remendados, eu olhava a ficha de empréstimo e via quanto eles tinham sido úteis, em quantas vidas se faziam presentes. Talvez fossem emprestados apenas mais duas ou três vezes, eu então os lia com prazer.”
Em: Herdando uma biblioteca, Miguel Sanches Neto, Cotia, SP, Ateliê Editorial: 2020, 2ª edição, revisada e ampliada, p.114.






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