Balaio, poema de Wilson W. Rodrigues

24 08 2020

Homem com cavalos

Georgina de Albuquerque (Brasil, 1885 – 1962)

óleo sobre  tela, 32 x 40 cm

 

 
Balaio

 

Wilson W. Rodrigues

 

 

Deixa o meu balaio velho

que guardei como lembrança

do tempo em que no balaio

levava muita esperança…

 

Eu mesmo fiz o balaio,

entrancei-o em sua trança,

cantando as minhas cantigas

que aprendi quando criança.

 

Com o balaio nas costas,

tive tanta ilusão mansa,

pensei até que amaria

a filha do rei de França.

 

Com tanta coisa sonhei!

Tudo se foi sem tardança…

Só meu balaio ficou

com minha desesperança.

 

Em: Bahia Flor: poemas, Wilson W. Rodrigues, Rio de Janeiro, Editora Publicitan: 1949.p. 55.


Ações

Information

Deixe um comentário