As nuvens e o sol, poesia de Anastácio Luiz de Bonsucesso

6 07 2020

 

 

Chuva arco-íris tondo

 

As nuvens e o sol

Anastácio Luiz de Bonsucesso

Fábula

 

O dia era fulgente, o sol brilhava,

Em vívido esplendor;

De repente mil nuvens se aglomeram,

O sol perde o fulgor.

 

E as nuvens encobrem

Do sol os lindos raios,

As terras se cobrem

De turvos desmaios;

Ninguém se conduz

Nas trevas sem luz.

 

Do sol de seu posto

Tais coisas bem via;

Das nuvens no rosto

Com força batia;

A tanto calor

Desfez-se o vapor.

 

Perdidas nos ares

As nuvens passaram,

Das zonas polares

Que rumo levaram?

Não viram o sol

O novo arrebol.

 

MORALIDADE

 

Luz um talento, os tolos anuviam

Os fogos da razão;

A luta é transitória — os zoilos morrem.

O gênio brilha então.

 

Em: Poetas cariocas em 400 anos, ed. Frederico Trotta, Rio de Jnaeiro, Editora Vecchi: 1965, pp 157-158

 

Anastácio Luiz de Bonsucesso (1833-1899) Poeta carioca, fabulista, médico, jornalista, professor, teatrólogo, membro da Sociedade Propagadora das Belas Artes e da Academia Filosófica.

Obras:

Fábulas, 1854

Maroquinhas do Apito, comédia em versos

Versos de Cisnato Lúzio

Quatro Vultos, 1867,

 

 

 

 

 





Meus favoritos: Joseph Karl Stieler

6 07 2020

 

 

joseph karl stielerRetrato de Auguste Strobl, 1828

Joseph Karl Stieler (Alemanha, 1781 – 1858)

óleo sobre tela, 71 x 60 cm