Visita de George Gardner ao interior do Brasil, 1839-1840

9 05 2020

 

 

fungos-bioluminescentes-grande11Exemplo de cogumelos luminosos, Mycena lucentipes.

 

“Certa noite, em princípio de  dezembro, quando passeava pelas ruas da vila de Natividade, observei alguns meninos que se divertiam com uns objetos luminosos, que a princípio supus fossem pirilampos; mas, fazendo indagações, descobri que era um belo fungo fosforescente, do gênero agaricus, que se produzia abundantemente nos arredores dali sobre as folhas murchas de uma palmeira nanica. No dia seguinte obtive grande número de espécimes e notei que variavam de uma a duas polegadas e meia de largura. Toda a planta dá à noite uma viva luz fosforescente, de um verde-pálido, semelhante à que emitem os vaga-lumes ou aqueles curiosos animais marinhos, os pyrosomae.  Por este fato e por crescer em palmeiras o povo lhe dá o nome de flor-de-coco. A luz emitida por uns poucos destes fungos, em quarto escuro, é suficiente para a gente ler.”

 

Em: Os campos e os arraiais (Natividade-Arraias- 1839-1840),  texto de George Gardner,  incluído no livro As selvas e o pantanal: Goiás e Mato-Grosso, seleção, introdução e notas de Ernani Silva Bruno, Organização de Diaulas Riedel, São Paulo, Cultrix: 1959, pp-83-84.

 

NOTA: George Gardner, (GB, 1812- 1849), médico, botânico e entomologista inglês,  percorreu algumas regiões do Brasil do Nordeste ao Brasil Central, entre 1836 – 1841,  registrando suas impressões no livro “Viagens no Brasil”.


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