Que insônia, poesia de Corina [Coryna] Ferreira Rebuá

16 03 2019

 

 

 

faa0ec6253aa1d9268dbccd55d5af63cLuz da manhã

James H. Crank (EUA, ?)

óleo sobre tela, 91 x 66 cm

 

 

Que insônia

 

Coryna Ferreira Rebuá

 

Como faz frio neste quarto agora!

A chuva bate em cheio na vidraça

E o relógio da igreja, de hora em hora,

Soa. Há passos na rua… E a ronda passa…

 

Não consigo dormir. Como demora

Essa vigília que me torna lassa!

Se abro um livro, não leio. E lá fora

Chove.  Há passos na rua… E a ronda passa…

 

Dormes? Não creio. Eu sei que estás velando,

Porque eu pressinto que, de quando em quando,

Vem o teu corpo fluídico e me enlaça.

 

O relógio da igreja está batendo.

São quatro horas. Que insônia! Está chovendo.

Ouço passos na rua… E a ronda passa.

 

 

Em: Poetas cariocas em 400 anos, ed. Frederico Trotta, Rio de Janeiro, Editora Vecchi: 1965, p. 318

 

 

Bibliografia:

Felicidade, 1930

Alma Sedenta, 1932

Vida, 1940

Meu Romance de Amor, 1942

 

 

 


Ações

Information

Deixe um comentário