Vasco Fernandes (Portugal, 1475-1542) e Francisco Henriques (Flandres/Portugal, ? – 1518)
óleo sobre madeira, 131 x 81 cm
Museu Grão Vasco
João Cabral do Nascimento
Não há pinheiros nem há neve,
Nada do que é convencional,
Nada daquilo que se escreve
Ou que se diz… Mas é Natal.
Que ar abafado! A chuva banha
A terra, morna e vertical.
Plantas da flora mais estranha,
Aves da fauna tropical.
Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.
Não há pastores nem ovelhas,
Nada do que é tradicional.
As orações, porém, são velhas
E a noite é Noite de Natal.
Salvar