Lendo no Natal

20 12 2016

63c49677a2ccd4de5808becd43554672

 

5e66c02893a2ac48ef4e28800fbe95ba

 

95730aa11d3356e18df37a556b68b4cc

 

2941ba04136a1329e65042b11dfcce6e

 

7777c8d06609c28b37821c4efc44925c

 

3b92255c4567d9ae3c15c4719e6e5889

 

2772880e58911e875773aab291a1e7e2

 

dc9af4c77848433f7080ae1b5d23065e

 

untitled-2

 

755d9dee9858b56d6973c1b0155c06cf





Natal Africano, poesia de João Cabral do Nascimento

20 12 2016

 

 

adoracao-dos-reis-vasco-fernandes-francisco-henriques-1501-1506Adoração dos reis, 1506

Vasco Fernandes (Portugal, 1475-1542) e Francisco Henriques (Flandres/Portugal, ? – 1518)

óleo sobre madeira, 131 x 81 cm

Museu Grão Vasco

 

 

 

Natal Africano

 

João Cabral do Nascimento

 

 

 

Não há pinheiros nem há neve,

Nada do que é convencional,

Nada daquilo que se escreve

Ou que se diz… Mas é Natal.

 

Que ar abafado! A chuva banha

A terra, morna e vertical.

Plantas da flora mais estranha,

Aves da fauna tropical.

 

Nem luz, nem cores, nem lembranças

Da hora única e imortal.

Somente o riso das crianças

Que em toda a parte é sempre igual.

 

Não há pastores nem ovelhas,

Nada do que é tradicional.

As orações, porém, são velhas

E a noite é Noite de Natal.

 

Salvar