Menina lendo, 2002
Henry Lee Battle (EUA, contemporâneo)
“Esta deveria ser a questão central: por que não há mais negros nas plateias? A verdade é que continua a existir uma linha de cor separando aqueles que no Brasil têm acesso ao livro e a vasta maioria da população. Para formar escritores é preciso primeiro formar grandes leitores. Se queremos formar bons escritores negros teremos primeiro de formar muitos milhões de leitores negros.”
Em: “O arraial da branca atitude”, José Eduardo Agualusa, O Globo, 04/07/2016, 2º caderno, página 2.
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Bem atual esse post, Ladyce. O tema da raça ou da etnia, é sempre urgente. O problema é que se pretende resolver esse e muitos problemas da forma mais difícil e artificial. Eu gostei muito do pronunciamento do ator Milton Gonçalves, ontem nos momentos finais do Programa “Criança Esperança” da Rede Globo. Ele disse que é preciso (os negros) que precisam dar “um salto de qualidade”, “estudar e trabalhar muito”, e “é só isso que precisa ser dito a respeito”. A atriz Dira Paes que segurava o microfone, me pareceu frustrada e sem graça, pois parecia esperar uma fala emotiva, cheia de revolta e de conteúdo ideológico, mas não foi o que aconteceu. O ator não negou que existe racismo e não colocou a culpa nos negros, mas deu um recado a ideológos, de que a melhor forma dos negros ascenderem socialmente, é o normal acesso ao estudo. Os negros são capazes de se cuidar bem. O que falta é cobrarmos do Estado uma boa educação, pois pagamos para isso.
Você tem razão Eduardo, o tema é sempre urgente no Brasil.