O Maracujá, poesia de Sônia Carneiro Leão

10 04 2014

 

Aquarela_Passiflora_edulis_01Ilustração botânica do maracujá [Passiflora edulis Sims] de Maria Cecília Tomasi.

O Maracujá

Sônia Carneiro Leão

Pego o maracujá e me assusto

Tão dura e tão oca

essa fruta mais louca

me deixa perplexa

de tão desconexa.

Sua carne é só casca.

Seu ventre, sementes.

Sua polpa tão pouca,

não dá pros meus dentes,

Maracujá intrigante,

enrugado, velhinho,

de gosto aceso, bacante,

como o do vinho.

Quero morder, não consigo.

Chupar, tão pouco não posso.

Que fazer, então, contigo,

com o teu paradoxo?

Ninguém o fura com o dedo

para evitar contusão,

esconde dentro o segredo

o doce-azedo da paixão.

Respeitamos o non-sense

da sua concepção.

Em: Respostas ao Criador Das Frutas, Sônia Carneiro Leão, auto-publicação,Holos Design,  ilustrado por Renata Vilanova, p. 13.

 –

Sônia Carneiro Leão nasceu no Rio de Janeiro, mas reside em Recife.  Psicanalista, escritora, poetisa, contista  e tradutora.

 





Imagem de leitura — Bertha Wegmann

10 04 2014

Bertha Wegmann(Dinamarca 1846-1926) Retrato de Jeanna Bauck, 1881Retrato de Jeanna Bauck, 1881

Bertha Wegmann (Dinamarca 1846-1926)

óleo sobre tela, 106 x 85cm

Museu Nacional de Estocolmo

Bertha Wegmann (Dinamarca 1846-1926) foi primeiro educada por seus pais depois com um pintor histórico e gênero. Começou a expor seus trabalhos em 1873, em Copenhague, onde 10 anos depois, ela foi a primeira mulher a tornar-se membro do Conselho da Royal Academy. No início Bertha Wegmann trabalhava com pinturas de gênero, dando preferência a cenas sentimentais, algumas paisagens, especialmente montanhas de Tirol, e mais tarde algumas das áreas costeiras.  Wegmann mais tarde tornou-se fascinada pela pintura moderna francesa, e a partir de 1881,  passou a viver em Paris por longos períodos. Em 1881, ela ganhou a medalha de ouro no Salão de Paris.