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Ilustração de Eloise Wilkin.
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Paz da consciência
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Adelmar Tavares
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Paz da consciência: eis a única riqueza
Da tua vida de trabalhador.
Ela fará palácio de realeza,
A cabana onde more o teu amor.
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Teu dia será sempre de beleza.
Teu pão não travará pelo amargor
De o teres arrancado à alheia mesa.
Pão de trabalho é pão que sabe a flor. . .
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Nas boas horas de êxtase, de calma,
Verás teu pensamento em luz serena,
E um céu, todo de estrelas, na tua alma.
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E ao fundo do teu justo coração,
Como um campo verde, ao som da avena,
Ovelhas, muito brancas, dormirão. . .
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Em: Poesia Brasileira para a Infância, Cassiano Nunes e Mário da Silva Brito, São Paulo, Saraiva: 1967, Coleção Henriqueta.
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Adelmar Tavares (Brasil, PE, 1888- RJ, 1963) advogado, poeta, trovador. Formou-se como advogado pela Universidade de Pernambuco, no Recife, sua cidade natal, em 1909, quando se nudou para o Rio de Janeiro onde trabalhou como promotor público. membro da Academia Brasileira de Letras.Faleceu no Rio de Janeiro em 1963.
Obras:
Descantes – trovas, 1907
Trovas e trovadores – conferência, 1910
Luz dos meus olhos, Myriam – poesia, 1912
A poesia das violas – poesia, 1921
Noite cheia de estrelas – poesia, 1923
A linda mentira – prosa, 1926
Poesias, 1929
Trovas, 1931
O caminho enluarado – poesia,1932
A luz do altar – poesia,1934
Poesias escolhidas, 1946
Poesias completas, 1958





