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Ilustração de capa de livro, 1929, sem autoria especificada.
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O alfabeto
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Mauro Mota
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A caixa de letras.
Minha filha brinca.
Espalha-as na mesa,
compõe as palavras,
pessoas e coisas,
plantas e animais,
deslizam na mesa
consoantes, vogais.
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A caixa de letras
de matéria plástica,
brancas, amarelas,
vermelhas e pretas.
Minha filha brinca,
os nomes desfaz,
faz os objetos,
as letras empilha,
no mundo alfabético,
consoantes, vogais.
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Do O faz a cara
limpa da boneca
com os olhos bulindo
dos pontos dos i i .
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Do Q faz a rosa
suspensa no talo.
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Lápis e papel,
mas o poema informe.
As letras, as letras
brancas e amarelas,
vermelhas e pretas.
Que faço com elas?
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Em: Antologia Poética, Mauro Mota, Rio de Janeiro, Editora Leitura:1968
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Mauro Ramos da Mota e Albuquerque (Nazaré da Mata, 16 de agosto de 1911 — Recife, 22 de novembro de 1984) foi um jornalista, professor, poeta, cronista, ensaísta e memorialista brasileiro.
Obras:
Elegias (1952)
A tecelã (1956)
Os epitáfios (1959)
Capitão de Fandango (1960, crônica)
O galo e o cata-vento, (1962)
Canto ao meio (1964)
O Pátio vermelho: crônica de uma pensão de estudantes (1968, crônica)
Poemas inéditos (1970)
Itinerário (1975)
Pernambucânia ou cantos da comarca e da memória (1979)
Pernambucânia dois (1980)
Mauro Mota, poesia (2001)
Antologia poética, 1968
Antologia em verso e prosa, 1982.







Preciso do Imortal Mauro Mota – O Borboleta ou … O Borbuleta. Agradeço desde já o empenho. Alberto Brayner – Recife
Vou procurar. Aqui em casa não tenho. Mas vou buscar. Obrigada pela visita.