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Leda e o cisne, 1963
Cy Twombly (EUA, 1928– 2011)
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No início dessa semana morreu um dos mais prolíficos críticos de arte e da sociedade moderna, Robert Hughes. Conhecido por sua língua afiada e maneira bastante irreverente de se expressar, sempre alerta, sem guardar para si as opiniões mais controversas, esse maverick da palavra mordaz deixou muitas citações na memória de seus amigos e inimigos. O jornal The New York Times publicou uma lista de citações maquiavélicas de Robert Hughes. Dentre elas selecionei e traduzi livremente a que posto aqui abaixo que para mim retrata bem não só o trabalho de muitos artistas visuais contemporâneos como a particular celebração de seus seguidores, apreciadores e colecionadores. Esta é uma homenagem a quem entendia do pedaço…
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“A visão de todas essas migalhas e fragmentos nos quadros de Twombly parece convencer seus mais ardentes admiradores que ele é um classicista, embebido nos antigos mitos e literatura do Mediterrâneo, transpirando-os por todos os poros. Tudo que ele precisa fazer é desenhar uma garatuja oscilante “ Triunfo de Gateia” ou “Et in Arcadia Ego” numa tela, e de repente, lá está ele elevado ao nível de Roberto Calasso, se não for ao de Edward Gibbon. Quando a audiência, que já perdeu todo a formação clássica, considerada anteriormente indispensável na educação, vê Virgílio escrito na tela, aceita isso como um logo, como o jacaré na camisa Lacoste. A mera menção do nome, ou a citação de uma etiqueta, sugere que o passado clássico ainda vive, solido e intacto, sob a superfície. Mas uma raspa de unha dó pé não faz um corpo“.
Sobre Cy Twombly, em Time magazine, 1994






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