Noite de inverno, poema de Américo Macedo

18 06 2012

Marinha, 1965

Heitor de Pinho (Brasil, 1897-1968)

Óleo sobre cartão, 25 x 40 cm

Coleção Particular

Noite de Inverno

Américo Macedo

Estala a ventania! O mar bravio,

Ruge, como uma hiena acorrentada!

O céu de chumbo, cúpula pesada,

Mostra-se escuro, umbrático e sombrio!

A chuva cai pesadamente!  O frio

Corta, como uma lâmina afiada!

E muito ao longe ecuta-se a balada

Dos sapos a cantar n’água do rio.

O raio corta o espaço enfurecido,

Em ziguezagues prófugos e cresce

O fragor do trovão, enraivecido!

E sobe… e sobe a intérmina caudal!

E a água é tanta e tanta, que parece

Um segundo dilúvio Universal!

Em: Panorama da Poesia Norte Rio-grandense, Rômulo Wanderley, Natal, Edições do Val: 1965, prefácio de  Luís da Câmara Cascudo.

Américo Soares de Macedo, ( 1877- 1948) nasceu em Assu, no Rio Grande do Norte a 29 de dezembro de 1877.  Funcionário da Prefeitura Municipal.  Morreu modestamente em 2 de janeiro de 1948.

Obras:

Sombras, poesia, 1945


Ações

Information

Deixe um comentário