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Cesto com rosas, cartão postal.
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Pude notar, nos caminhos,
mesmo em horas desditosas,
que rosas não têm espinhos;
espinhos é que têm rosas!
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(Pedro Ornellas)
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Cesto com rosas, cartão postal.–
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Pude notar, nos caminhos,
mesmo em horas desditosas,
que rosas não têm espinhos;
espinhos é que têm rosas!
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(Pedro Ornellas)
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Jovem lendo
Hubert Robert (França, 1733-1808)
Carvão vermelho sobre papel
Museu de Belas Artes de Quimper, França
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W. H. Auden
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Paisagem com pastora, s/d
Gentil Garcez (Brasil, 1903-1992)
óleo sobre tela, 43 x 60 cm
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Guilherme de Almeida
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Simplicidade… Simplicidade…
Ser como as rosas, o céu sem fim,
a árvore, o rio… Por que não há de
ser toda gente também assim?
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Ser como as rosas: bocas vermelhas
que não disseram nunca a ninguém
que têm perfumes… mas as abelhas
e os homens sabem o que elas têm!
Ser como o espaço, que é azul de longe,
de perto é nada… Mas quem o vê
— árvores, aves, olhos de monge —
busca-o sem mesmo saber porquê.
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Ser como o rio cheio de graça,
que move o moinho, dá vida ao lar,
fecunda as terras… E, rindo, passa,
despretencioso, sempre a cantar.
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Ou ser como a árvore: aos lavradores
dá lenha e fruto; dá sombra e paz;
dá ninho às aves; ao inseto, flores…
Mas nada sabe do bem que faz.
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Felicidade– sonho sombrio!
Feliz é o simples que sabe ser
como o ar, as rosas, a árvore, o rio:
simples, mas simples sem o saber!
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Em: Poesia Brasileira para a Infância, de Cassiano Nunes e Mário da Silva Brito, São Paulo, Saraiva: 1968, Coleção Henriqueta.
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Guilherme de Andrade e Almeida (SP 1890- SP 1969) foi um advogado, jornalista, poeta, ensaísta e tradutor brasileiro. Formou-se em direito em 1912, pela Faculdade de Direito de São Paulo.
Obras:
Nós (1917);
A dança das horas (1919);
Messidor (1919);
Livro de horas de Soror Dolorosa (1920);
Era uma vez… (1922);
A flauta que eu perdi (1924);
Meu (1925);
Raça (1925);
Encantamento (1925);
Simplicidade (1929);
Você (1931);
Poemas escolhidos (1931);
Acaso (1938);
Poesia vária (1947);
Toda a poesia (1953).



