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Primavera, s/d
Adelson do Prado (Brasil, 1944)
óleo sobre tela, 72 x 72 cm
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Os lírios
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Henriqueta Lisboa
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Certa madrugada fria
irei de cabelos soltos
ver como crescem os lírios.
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Quero saber como crescem
simples e belos — perfeitos! —
ao abandono dos campos.
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Antes que o sol apareça,
neblina rompe neblina
com vestes brancas, irei.
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Irei no maior sigilo
para que ninguém perceba
contendo a respiração.
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Sobre a terra muito fria
dobrando meus frios joelhos
farei perguntas à terra.
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Depois de ouvir-lhe o segredo
deitada por entre lírios
adormecerei tranquila.
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Em: Nova Lírica, Henriqueta Lisboa, Belo Horizonte, Imprensa Oficial: 1971.
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Henriqueta Lisboa (MG 1901- MG 1985), poeta mineira. Escritora, ensaísta, tradutora professora de literatura, Com Enternecimento (1929), recebeu o Prêmio Olavo Bilac de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Em 1984, recebeu o Prêmio Machado de Assis da Academia Brasileira de Letras pelo conjunto de sua obra.
Obras:
Fogo-fátuo (1925)
Enternecimento (1929)
Velário (1936)
Prisioneira da noite (1941)
O menino poeta (1943)
A face lívida (1945) — à memória de Mário de Andrade, falecido nesse ano
Flor da morte (1949)
Madrinha Lua (1952)
Azul profundo (1955);
Lírica (1958)
Montanha viva (1959)
Além da imagem (1963)
Nova Lírica ((1971)
Belo Horizonte bem querer (1972)
O alvo humano (1973)
Reverberações (1976)
Miradouro e outros poemas (1976)
Celebração dos elementos: água, ar, fogo, terra (1977)
Pousada do ser (1982)
Poesia Geral (1985), reunião de poemas selecionados pela autora do conjunto de toda a obra, publicada uma semana após o seu falecimento.
os poemas um mais lindo que os outros eu adoro a henriqueta lisboa porque seus poemas são lindos e inspiradores
também gosto muito da Henriqueta Lisboa!